História Cyberpunk de Marc Laidlaw em Love, Death and Robots

Autor : Joshua Oct 12,2025

Marc Laidlaw escreveu 400 Boys muito antes da fama com Half-Life

Marc Laidlaw deixou Half-Life para trás, mas segue ativo criativamente. Crédito: Mimi Raver.

Marc Laidlaw escreveu 400 Boys em 1981 aos 21 anos, antecedendo seu papel influente como escritor-chefe da Valve e criador principal da série Half-Life. Publicada originalmente na revista Omni em 1983, esta história cyberpunk posteriormente apareceu na antologia Mirrorshades: The Cyberpunk Anthology, alcançando um público mais amplo. Em seu site pessoal, Laidlaw brinca que este trabalho inicial talvez seja seu texto mais lido - superado apenas pelos anúncios sazonais de Dota 2.

Origens Cyberpunk Encontram Animação Moderna

A narrativa acompanha gangues rivais que observam códigos semelhantes ao bushido em uma cidade pós-apocalíptica, até que o surgimento dos 400 Boys força alianças inesperadas. O diretor canadense Robert Valley, vencedor do Emmy por Love, Death & Robots ("Gelo"), dá vida a este mundo brutal porém poético.

"A ideia surgiu enquanto caminhava por Eugene", recorda Laidlaw. "Pôsteres de bandas cobrindo postes me fizeram querer inventar nomes impactantes. Criar gangues fictícias tornou-se o veículo perfeito."

Adaptação de 400 Boys em Love, Death & Robots

O clássico cyberpunk ganha nova vida na antologia animada da Netflix. Crédito: Netflix.

Quarenta anos após sua publicação inicial, 400 Boys torna-se um destaque da quarta temporada de Love, Death & Robots. Dirigido por Robert Valley (Zima Blue, Gelo) com John Boyega dubrando personagens, a adaptação representa um renascimento inesperado para o trabalho inicial de Laidlaw.

Uma Jornada Criativa da Página para a Tela

"O cyberpunk evoluiu enquanto minha história ficou para trás", comenta Laidlaw durante nossa videoconferência antes da estreia da temporada. O processo de adaptação começou quinze anos antes, quando Tim Miller do Blur Studio demonstrou interesse inicial, embora mudanças corporativas tenham interrompido o desenvolvimento.

Quando Love, Death & Robots estreou em 2019, Laidlaw reconheceu a visão criativa de Miller. Reuniões em Los Angeles pós-pandemia finalmente levaram a discussões de revitalização. Diferente dos processos hollywoodianos típicos, Laidlaw manteve-se afastado da produção, aproveitando a rara posição de testemunhar uma adaptação se desenrolar.

Vida Após Half-Life

Após sua aposentadoria da Valve em 2016, Laidlaw redirecionou seu foco criativo sem abandonar completamente a narrativa. "Aposentei-me abruptamente demais", admite. Incapaz de desenvolver jogos sozinho, porém insatisfeito com ofertas de jogos móveis, voltou-se para composição musical.

O lançamento do documentário de Half-Life 2 em 2022 surpreendentemente ampliou seu público musical quando compartilhou imagens de arquivo do desenvolvimento. "Talvez eu esteja no negócio errado", brinca sobre o sigilo corporativo.

O Futuro Além da Valve

Apesar de descartar envolvimento com Half-Life ("Tornei-me o pessimista"), Laidlaw permanece aberto a oportunidades seletivas de roteiro para jogos, apreciando especialmente as abordagens narrativas da FromSoftware. Ele recorda com humor ofertas de jogos móveis que não valorizavam seus pontos fortes: narrativa ambiental e diálogos minimalistas.

"Adoraria polir diálogos cinematográficos", diz, mencionando Death Stranding como uma colaboração perdida com Kojima. No final, Laidlaw abraça novas formas de expressão criativa enquanto aprecia como obras iniciais como 400 Boys continuam relevantes décadas depois.